Cutistas conseguem adiar votação da PL na base da pressão e acampam no gramado do Congresso

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Centenas de militantes CUTistas de Brasília e vindos em caravanas de todo o país ocuparam, nesta terça-feira (13), a Câmara dos Deputados para dizerem NÃO AO PL 4330. Graças à mobilização e à pressão dos trabalhadores, parlamentares da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) recuaram e a votação do Projeto de Lei 4330 da Escravidão foi adiada para 3 de setembro.


Mesmo assim, ninguém vai arredar pé do acampamento montado no gramado da Esplanada dos Ministérios, em frente ao Congresso Nacional. Afinal, embora os parlamentares tenham dito que não votarão o PL também nesta quarta (14), ninguém quer correr o risco de uma surpresa por parte da bancada patronal que tem todo interesse em forçar a votação em qualquer momento, conforme alertaram dirigentes da CUT. Assim, os militantes e dirigentes seguirão visitando os parlamentares nesta quarta, na Câmara, e cobrando posição contrária ao projeto que rouba direitos e conquistas de todos os trabalhadores.

“Projeto de Lei que nasce errado, não merece remendo. Que retirem já esse PL da escravidão da pauta”, discursou o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.

Caracterizados pelas camisetas vermelhas com o nome da Central, os manifestantes foram chegando à Câmara desde cedo. Entraram pelos acessos possíveis, uma vez que os de maior visibilidade, como a do Anexo II, contavam com a barreira da polícia legislativa. O bloqueio só cedeu no meio da tarde após os gritos de “a Casa é do povo! O povo quer entrar”.

Na porta do Plenário 1, onde a CCJ se reuniu, a pressão continuou até que a entrada da área também foi liberada. Com o Plenário lotado, placas e cartazes apresentavam a reivindicação dos manifestantes, que gritaram em coro “bandido” ao ouvirem o anúncio do nome do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), autor do PL 4330, que promove o maior roubo de direitos da classe trabalhadora.

Para acalmar os ânimos dos trabalhadores, o presidente da Comissão, Décio Lima (PT-SC), informou que o projeto não estava na pauta desta terça-feira (13) e nem na de quarta (14). Entretanto, o parlamentar alertou que o PL poderia vir à votação por requerimento, com prazo de apresentação de até 15 minutos antes da reunião de amanhã. Foi sugerido então que se fizesse um acordo de bancadas para assegurar que o PL não entrasse na pauta da CCJ nesta quarta e fosse adiada a votação para setembro.

Os manifestantes da CUT se reuniram, no início da noite, diante da tenda da CUT no gramado da Esplanada dos Ministérios, quando dirigentes e parlamentares (ex-dirigentes da CUT) falaram aos militantes sobre o adiamento e sobre o nefasto PL da Escravidão:

Vagner Freitas, presidente da CUT: “O PL é nocivo porque os empresários querem por meio dele cometer atrocidades aos direitos dos trabalhadores. E também porque quer promover uma mini-reforma sindical para dificultar e enfraquecer a organização dos trabalhadores na luta por seus direitos contra os patrões.”

Maria das Graças Costa, secretária nacional de Relações do Trabalho da CUT: "Vamos tirar essa pauta negativa da Câmara e transformar esse espaço para pautas positivas dos trabalhadores. Não vamos deixar votar esse projeto na CCJ nem na Plenária da Câmara. Queremos dizer não ao PL 4330 que é prejudicial aos trabalhadores."

Vicentinho, deputado federal pelo PT-SP: “O objetivo tem de ser o de sepultar o projeto de lei 4330, do empresário Sandro Mabel, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Hoje, podemos ganhar ou perder por dois votos na CCJ. Por isso, é necessário reforçar a pressão sobre os deputados da CCJ. Não é hora de pressionar todos parlamentares indistintamente. Precisamos montar delegações em cada estado e visitar os deputados em sua casa para pressionar e derrubar o projeto.”

João Paulo Lima, deputado federal pelo PT-PE e membro da CCJ : “O PL 4330 é nocivo porque promove a precarização e a escravização do trabalhador brasileiro. É importante a pressão sobre os parlamentares até o dia 3, para não permitir uma derrota nossa. Vamos colocar o PL no seu devido lugar, que é o seu arquivamento. A bancada do PT já se posicionou contrária ao projeto.”

Notícia e foto retirada do site da CUT Brasília